Artes

A vida e Obra de Aleijadinho


Vida
Nascido em Ouro Preto, 29 de Agosto de 1730 ou, mais provavelmente 1738. Era filho de uma escrava com um mestre de obra, começou sua vida artística ainda pequeno vendo o trabalho do pai que também era entalhador. Foi um importante escultor, entalhador e arquiteto mineiro da arte barroca, considerando o maior escultor do período barroco. Aleijadinho foi descrito por Bretas nos seguintes termos: “Era pardo-escuro, tinha voz forte, a  fala arrebatada, e o gênio agastado: a estatura era baixa, o corpo cheio e mal configurado, o rosto e a cabeça redondos, e esta volumosa, o cabelo preto e anelado, o da barba cerrado e basto, a testa larga, o nariz regular e algum tanto pontiagudo, os beiços grossos, as orelhas grandes, e o pescoço curto”. Quase na ficou registrado sobre sua vida pessoal, a não ser que gostava de se entreter nas “danças vulgares” e comer bem, e que se amasiou com a mulata Narcisa, tendo com ela um filho. Nada foi fito sobre suas ideias artísticas, sócias ou políticas. Continuando Bretas relatou que depois de 1777 por volta dos 40 anos o artista começou a exibir sinais de uma misteriosa doença degenerativa nas articulações, que lhe valeu o apelido de Aleijadinho. O seu corpo foi progressivamente se deformando, o que lhe causava dores contínuas, teria perdido vários dedos das mãos, restando-lhe apenas o indicador e o polegar, e todos dos pés, obrigando-o a andar de joelhos. Para trabalhar pedia a uma ajudante para amarrar as ferramentas em seus punhos para poder esculpir e entalhar, e na fase mais avançada do mal precisava ser carregado para todos os deslocamentos. Sobrevivem recibos de pagamentos de escravos que o levavam para cá e para lá, atestando-o. Também a face foi atingida, emprestando-lhe uma aparência grotesca. De acordo com o relato, Aleijadinho tinha plena consciência de seu aspecto terrível, e por isso desenvolveu um humor perenemente revoltado, colérico e desconfiado, imaginando que mesmo os elogios que recebia por suas realizações artísticas eram escárnios dissimulados. Para ocultar sua deformidade vestia roupas amplas e folgadas, grandes chapéus que lhe escondiam à noite, quando não podia ser visto facilmente, e dentro de um espaço fechado por toldos. Nos seus últimos dois anos, quando já não podia trabalhar e passasse a maior parte do tempo acamado, Bretas disse que, de acordo com o que soube da nora do artista, um lado de seu corpo ficou coberto de chagas, e ale implorava constantemente que Cristo viesse dar-lhe morte e livrar dessa vida de sofrimento pousando Seus santos pés sobre o seu corpo miserável. A partir de 1812 sua saúde piorou e ele passou a depender muito das pessoas que o assistiam. Mudou-se para uma casa nas proximidades da Igreja do Carmo de Ouro Preto, para supervisionar as obras que estavam a cargo de seu discípulo Justino de Almeida. A esta altura estava quase cego e com as capacidades motoras grandemente reduzidas. Depois deum tempo com sua piora acomodou-se na casa de sua nora, que de acordo com Bretas se encarregou dos cuidados de que necessitava até que ele veio a falecer, em 18 de Novembro de 1814. Foi sepultado na Matriz de Antônio Dias, em um uma tumba junto ao altar de Nossa Senhora da Boa Morte, de cuja a festa pouco antes tinha sido juiz.

Obra 
Seu estilo era fundamentava-se no barroquismo e rococó. Aleijadinho viveu e produziu a maioria de suas obras nas cidades de ouro preto e Congonhas, no estado brasileiro de Minas Gerais. Seus trabalhos não foram catalogados na época e não tinham assinatura dificultando um levantamento preciso de sua grandiosa obra. Comparações estilísticas entre as obras autenticadas com as de autoria sugerida podem ser usadas para identificar o autor, embora este critério seja sempre conjetural, ainda mais porque se sabe que o estilo "típico" de Aleijadinho criou escola, sendo continuado por grande número de escultores mineiros e copiado até nos dias de hoje por santeiros da região. Seu talento e suas obras ficaram conhecidos por suas esculturas, e nessa arte trabalhava usando especialmente a pedra-sabão e madeira. A religiosidade junto ao sofrimento culminaria na obra de Congonhas do Campo encomendada por um mineiro em pagamento de uma promessa. De 1800 a 1805 esculpiu os 12 Profetas de Congonhas para o adro do Santuário de Bom Jesus de Matosinhos. Na maciez da pedra-sabão retrata perfeitamente uma sociedade que ali se estabelecera. Encerra-se o ciclo do tão sonhado tesouro. Nos anos posteriores realiza mais alguns projetos para algumas igrejas, repentinamente perde a visão e a doença acelera.
Muitos historiadores e estudiosos da vida e obra de Aleijadinho dividem sua carreira em 2 ou 3 tempos: a primeira, entre 1760 e 1774, quando seu estilo é indefinido, à procura de uma caracterização; a segunda, entre 1774 e 1790, quando ele se personaliza e suas obras se definem pela firmeza e idealização, e a final, entre 1790 e sua morte, quando a estilização chega a extremos, bem longe do naturalismo, tentando expressar a espiritualidade e o sofrimento.


Algumas Obras